O "Novo" Parque

Mais de 2 anos e cerca de 4 milhões de €uros depois, no dia 5/7 foi (re)inaugurado o Parque de Santa Marta, na Ericeira. Requalificado, de "cara lavada" e modernizado.

Embora o projecto arquitectónico tenha o mérito de respeitar muita da memória colectiva do espaço, existem grandes e pequenas diferenças entre este parque e aquele que foi palco da minha vida (e de muitas outras pessoas) ao longo da infância, adolescência e início da idade adulta.

A antiga gruta, cujo eco e escuridão encerravam mistério e medo para os mais novos, foi aberta ao público, que pode descer até uma bacia de água; o mini-golfe, cujas pistas percorriam uma parte significativa do perímetro do parque, foi remetido a um rectângulo na extrema sul; nos espaços verdes, a relva tomou o lugar de várias árvores e chorões; a gaiola dos pássaros desapareceu, assim como os emblemáticos bebedouros...

O par de courts de ténis mantém-se, agora com piso de relva sintética; o ringue em que tantos miúdos deram as primeiras patinadela entre tombos foi reduzido a metade, e deixou de poder ser utilizado para jogar basket - e o ringue de futsal que com ele confinava desapareceu, pura e simplesmente, o que é grave numa terra onde não existe um só pavilhão acessível à comunidade. Em "compensação", passou a haver um campo indoor de squash, no mesmo edifício onde abriu um ginásio de musculação/cardiofitness.

Outras novidades são o espaço para exposições, o auditório ao ar livre e a pequena galeria comercial; em vez de um, o parque passou a contar com dois restaurantes, um deles muito bem conseguido (o outro nem tanto...) e com uma esplanada excepcional sobre o mar, cuja vista ficou desimpedida da antiga rede que, ao longo dos muros, atrapalhava a vista.

O jardim infantil, que já tinha sido remodelado, também perdeu espaço, ganhando os pais com a nova localização, que lhes permite vigiar as crianças desde o conforto da esplanada.